sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Coreia do Norte: aspectos bizarros


Dois jornalistas da BBC conseguiram, em 2010, entrar numa das mais fechadas nações do mundo. Depois de lá terem passado alguns meses, Sue Lloyd Roberts e Michael Bristow dão conta dos aspectos mais bizarros de uma nação que se encontra em histeria nacional após a morte do seu 'Querido Líder', Kim Jong-Il.

Universitários não sabem quem é Nelson Mandela
Os estudantes universitários aprendem inglês «graças ao Grande Líder» e é ele quem lhes «permite ver filmes britânicos e americanos, como o The Sound of Music», (um musical de 1965).
Quanto a líderes mundiais, para além do Querido Líder, conhecem Estaline e Mao Tsé Tung, de Nelson Mandela nunca ouviram falar.

Kim Il-sung morreu mas ainda é o presidente
Kim Il-sung, pai de Kim Jong-Il e fundador do regime, morreu há 16 anos mas continua a ser o presidente do país, onde existem mais de 500 estátuas suas.
«Ele é imortal», explica a guia de Sue Lloyd Roberts, uma das jornalistas. Com apenas 24 anos, a rapariga explica que os norte-coreanos não acreditam que o' Grande Líder' tenha desaparecido.

O chão de Pyongyang é limpo à mão
O isolamento em que vivem permitiu aos norte-coreanos terem hábitos que dificilmente terão sido vistos noutro local.
A erva que cresce na berma das estradas é cortada à tesoura e os pavimentos da cidade são esfregados com escovas e esponjas, normalmente, reservadas à limpeza do lar.
«Pyongyang é uma cidade monótona e sem cor, onde existem poucos edifícios em construção», conta Michael Bristow.

Furar a bolha
Os cerca de 3 mil norte-coreanos que, por ano, conseguem escapar do país mas isolado do mundo entram noutro planeta quando conseguem furar a bolha onde viviam.
Ao passarem para a Coreia do Sul, entram num país que tem as ligações de banda larga mais rápidas do mundo e onde nas lojas e centros comerciais existem câmaras e ecrãs tácteis que permitem tirar uma fotos e enviá-las aos amigos.
Este tipo de tecnologia e partilha de informação deixa os norte-coreanos abismados, por isso, ao chegarem à Coreia do Sul passam alguns meses em escolas governamentais para aprenderem a lidar com o século XXI.

Intranet em vez de INTERNET
A televisão norte-coreana transmite apenas notícias e documentários acerca dos líderes, do exército, das quintas modelo, das vilas modelo, ect.
Os norte-coreanos nunca viram outro tipo de documentário acerca do resto do mundo, não estão autorizados a fazê-lo e não poderiam, mesmo que quisessem, porque ninguém tem acesso à Internet na Coreia do Norte.
Em vez disso têm um serviço especial de Intranet.
Um estudante de pós-graduação de metalurgia não pode comparar a sua pesquisa com a de outro colega noutra parte do mundo porque o sistema não o deixa. Em vez disso, explica: «O nosso Querido Líder colocou tudo o que precisamos saber na Intranet».
in www.sol.pt 

11 comentários:

_ disse...

Intranet? xD OMFG!

Paraondegiraomundo disse...

Estive a pesquisar mais sobre este assunto e viver lá é de certeza horrível! As pessoas são autenticos escravos, têm que viver segundo regras muito restritivas e enquanto em 10 anos morreram cerca de 2 milhões de norte coreanos de fome, o estado continua a investir na farça que é o país ao ter gigantescas infra-estruturas completamente vazias, ao gastar 36% do PIB na defesa e muitas mais coisas do género. Das muito poucas imagens que se conseguem encontar, (encontrei um site brasileiro, cujo dono é jornalista e conseguiu lá ir, com várias fotografias) as pessoas são muito magras, não e vê um único carro nos quilómetros e quilómetros de estrada e o governo tinha sempre o cuidado de preparar os sítios a onde os jornalistas iam para dar um ar mais agradável...
Havia muito mais para dizer... Acho revoltante o facto de 23 milhões de pessoas estarem a viver em puro isolamento do mundo, sendo a sua vida apenas focada para o trabalho devido à vontade de meia dúzia de lunáticos!

Sara disse...

Estou chocada! Sabia que era mau, mas é muito pior do que isso!

Paraondegiraomundo disse...

Lá não é permitido qualquer tipo de religião à exceçãp do culto do líder. Li uma declaração de um ex-militar que conseguiu escapar que uma vez foram destacados para alargar uma estrada (com certeza para os carros de bois passarem melhor) e tiveram que derrubar uma casa abandonada onde encontraram uma Biblía e um caderno de notas onde tinha nomes de pessoas que lá se juntavam para o culto. Foram presas e acabaram por serem mortas, esmagadas com aquelas maquinas com cilindros de analisar as estradas...
As pessoas não podem viajar de cidade para cidade sem visto, têm de manter a rádio ligada durante todo o dia para ouvirem a propaganda política... é um mundo inpensável.

Sara disse...

Que horror! Mas o restante planeta não pode fazer nada para os libertar?

Paraondegiraomundo disse...

A Coreia do Norte tem uma bomba atómica, cerca 1,2 milhões de militares e um arsenal de guerra enorme. As armas nucleares têm a capacidade de atingir o Japáo e a Coreia do Sul, Seoul fica a menos de 100 Km da fronteira, pelo que a estabilidade da região é essencial.

Russa disse...

OMFG! I'm in shock! --'

Sara disse...

Resumindo: não há nada a fazer!

Paraondegiraomundo disse...

Pois, parece que é isso mesmo. A única solução era a união das Coreias, mas o Norte só o aceitaria se fosse para formar uma Coreia com os ideais do Norte.

Duda disse...

Cruzes... É dificil imaginar uma situação dessas... E nós constantemente a queixarmo-nos... Devemos é agradecer a liberdade que temos...

Fiquei mesmo chocada... :o

Paraondegiraomundo disse...

Exatamente...Só de pensar...
E as pessoas parecem aceitar a vida que têm já que não conhecem outra coisa além do ambiente em que vivem.