À dias li uma crítica dirigida aos enviados especiais das estações de televisão que foram cobrir os distúrbios de Londres. Tal crítica fundamentava-se no facto dos enviados especiais não terem feito bem o seu trabalho em comparação com o jornalismo feito pelos canais ingleses. Na altura não percebi muito bem o que o autor da crítica pretendia transmitir.
Quinta-feira estava a ver o Jornal da Uma, na SIC, quando fizeram um directo para a jornalista Cândida Pinto, enviada especial na Líbia. Ouviam-se tiros, a Cândida estava a descrever a situação, a tentar explicar o tiroteio, quando teve que se deitar no chão para se defender dos tiros que aumentaram e batiam na parede em frente dela (viam-se pedacinhos de cimento da a saltar devido ao embate das balas). Nunca tinha visto um directo de uma zona de conflito em que o jornalista está a correr risco de vida.
Agora percebo a razão da crítica. Os enviados especiais têm a função de informar realmente, de investigarem, de entrar dentro dos conflitos e registar realmente o que lá se passa, muitas vezes correndo riscos e não de se deslocarem apenas a outros sítios para dizerem o que já sabemos à partida.
1 comentário:
Bom exemplo disto é o daquela jornalista da CBS que foi alvo de uma tentativa de violação nas manifestações do Egipto porque foi registar o que se passava no meio das pessoas
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